IMPELLITTERI: THE COMPLETE BEAST
IMPELLITTERI, a banda californiana de speed metal melódico que leva o nome de seu guitarrista, Chris Impellitteri, lançou, em outubro deste ano, um box contendo praticamente toda a sua discografia e faixas bônus, de 1987 a 2009: IMPELLITTERI: THE COMPLETE BEAST ("a completa besta", numa tradução livre, mas desnecessária, que fiz apenas por achar a sonoridade meio engraçada).
Se você nunca ouviu falar de IMPELLITTERI (a banda, não o guitarrista), não se sinta constrangido! Infelizmente, não é uma banda muito famosa mundialmente... exceto no Japão, que tem uma base de fãs significativa. Acredito que boa parte da culpa deste quase "anonimato" vem de problemas de distribuição de discos e de produtos e da falta de marketing. No Brasil, por exemplo, a distribuição dos álbuns só começou em 2022 (!!), com a gravadora independente Hellion Records, que relançou parte da discografia da banda em slipcases especiais. Além disso, IMPELLITTERI não é o tipo de banda dada a turnês mundiais, nem de marcar presença em grandes eventos de rock/metal.
Musicalmente falando, IMPELLITTERI é um metal muito bem trabalhado nos riffs e solos de guitarra aceleradíssimos de Chris Impellitteri. Vale nota: Chris é considerado o segundo guitarrista mais rápido do mundo (atrás do ex-Nitro Michael Angelo Batio), o que se pode esperar uma verdadeira metralhadora de notas musicais em cada música. E já se passaram pela banda pesos-pesados do metal e do rock n' roll, como o vocalista Graham Bonnet (ex-Rainbow e Alcatrazz); os baixistas Chuck Wright (ex-Quiet Riot e House of Lords) e Dave Spitz (ex-Black Sabbath e Great White); e os bateristas Pat Torpey (Mr. Big), Glen Sobel (Alice Cooper) e Jon Dette (ex-Slayer).
A banda é comumente considerada cristã... o que não está muito certo. É verdade que seu vocalista mais longevo, Rob Rock (único cristão "assumido" da banda), costuma compor as músicas de IMPELLITTERI inspirando-se em passagens bíblicas; mas sempre com uma certa sutileza. Quando se tira Rob Rock da equação, IMPELLITTERI, de repente, se "torna" uma banda secular como "qualquer outra" - como são os casos dos discos Stand in Line e System X ("vocalizados" por Graham Bonnet) e Pedal to the Metal (de Curtis Skelton). Mas é interessante notar que a banda parece seguir numa boa com a "fama de cristã", e Chris Impellitteri nunca vetou as mensagens cristãs nas letras das músicas.
Seja como for, o fato é que IMPELLITTERI merecia conquistar mais espaço. Suas composições têm uma marca genuína, do tipo que a gente ouve e reconhece de qual banda é. Mesmo que algumas das músicas soem meio repetitivas, há álbuns inovadores para a proposta deles, como Grin and Bear It (que é quase hard rock), Pedal to the Metal (o mais "diferentão", soando meio que new metal/punk metal melódico) e Wicked Maiden (que parece ter definido o estilo musical da banda até o último álbum, The Nature of the Beast).

Voltando ao assunto, IMPELLITTERI: THE COMPLETE BEAST, é uma edição muito especial para fãs que não tiverem os álbuns originais guardados em alguma estante. Aliás, o box pode ser significativo até para os fãs norte-americanos, já que muitos álbuns da banda foram lançados exclusivamente para o mercado japonês. THE COMPLETE BEAST oferece 6 CDs com músicas dos álbuns de 1987 a 2009 na íntegra, distribuindo-se as faixas mais ou menos desta forma:
- CD nº 01, com as músicas dos álbuns Stand in Line (de 1988) e Grin & Bear It (de 1992).
- Disco nº 02: com faixas dos álbuns Answer To The Master (1994) e Screaming Symphony (1996).
- Bolacha nº 03: contém Eye Of The Hurricane (1997), Impellitteri EP (1987) e Victim Of The System EP (1993).
- Compact Disc nº 04: com Crunch (2000) e Pedal To The Metal (2004).
- Álbum nº 05: com System X (2002), uma faixa bônus ("Anti-Social Disease" - que apareceu somente na coletânea Faster than the Speed of Light) e algumas músicas de Live, Fast Loud.
- Sexto e último disco compacto (ufa! Não tinha mais "sinônimos" de CD pra usar): com Wicked Maiden (2009) e algumas faixas bônus (dentre eles, "Freak Show" e "Cyber Flesh", que também aparecem em Faster than the Speed of Light).
Cada CD foi encartado em embalagem contendo a arte do "álbum" nº 01, na frente, e a arte do "álbum" nº 02, atrás, tudo de forma a baratear ao máximo o produto e, assim, poder oferecer o conjunto a um preço acessível (lá fora, claro, pois duvido que sairá barato por aqui!). Há, ainda, um livreto com fotos e apresentações da banda, para quem quiser conhecer mais de IMPELLITTERI.
Só pra "reclamar" um pouco, o box seria ainda mais bacana se o álbum Venom, de 2015, fosse representado também. É um trabalho absurdo de bom, e nem é tão recente assim (oito aninhos já). Acho que caberia numa boa no sexto CD.
Acredito que este box será lançado no Brasil em algum momento, alguma época ou alguma era... e com a tradução "Impellitteri: A Completa Besta". Estou brincando.