AS MARVELS, A BOMBA E O DISCURSINHO DO "MACHISMO ESTRUTURAL"
Confesso que ainda não assisti AS MARVELS. Assistirei no streaming, se der vontade. Mas, a julgar pelos sucessivos tombos em bilheteria (pior estreia, maior queda de bilheteria da MCU, rombo milionário), acredito que fiz bem em não assistir o filme, por enquanto. Ingresso está caro e é preciso ser cada vez mais seletivo.

Já sei o que alguns vão falar. Que não assisti por causa do protagonismo feminimo; que nerd macho tem medo de mulher; que sou bozolóide de extrema-direita; blá-blá-blá, mi-mi-mi. O chororô woke de sempre.
Por mais que o mimimi seja divertido, convenhamos que a agenda "progressista" no cinema já chegou ao insuportável. Não se procuram produzir filmes com personagens cativantes, enredo criativo; aquela ambição de fazer história, sabe? Inovar, prender a atenção, marcar a memória do telespectador.
Pelo contrário! A impressão que passa é que os produtores estão se lixando até para o sucesso de suas próprias obras. O interesse parece ser, apenas, enfiar um discursinho ideológico no roteiro e botar personagens já famosos na trama achando que é o suficiente para atrair expectadores. Caga o cocô e carimba MARVEL, carimba DISNEY, que é "sucesso garantido".
E, se não der certo, é só se valer da estratégia do Lênin: usar o idiota útil na linha de frente.
Pior que, em partes, até que funciona.
Quando um filme vai mal das pernas (e este filme, de alguma forma, agrada à agenda woke), chovem acusações de vários cantos e bueiros dos recônditos da internet. É uma galera que parece mesmo acreditar que o filme fracassou por causa de boicote de macho branco/cis/hétero. Como se "protagonismo feminino" obrigasse o telespectador a assistir e gostar do filme. Como se não gostar de um filme ruim com "protagonismo feminino" fosse uma questão de preconceito, de "machismo estrutural".
Consigne-se que parece que AS MARVELS tem uma mulher negra que voa. E você, macho escroto, tem de gostar disso. Sim! Deve pagar o ingresso do cinema, comprar os kits promocionais caríssimos e falar bem do filme onde puder. Sim, porque o filme pode até ser ruim, mas a causa é "nobre". Finja que gostou. Sororidade e "mais amor, por favor".
Só que não. Não mesmo!
Passou da hora de o cinema voltar aos trilhos. Filmes devem marcar uma geração, devem criar lembranças. Se é complicado demais fazer obras-primas como Casablanca e O Poderoso Chefão, que seja como os três primeiros Indiana Jones; como De Volta Para o Futuro; como Jurassic Park. Vejam o que Sam Raimi fez com a trilogia Homem-Aranha; o que Christopher Nolan fez com a trilogia The Dark Knight.
Quer protagonismo feminimo? Aprendam com Aliens, com Mulher-Maravilha (o de 2017), com Tomb Raider.
Quer mais? Tem mais: Kill Bill, Miss Simpatia, A Hora Mais Escura, As Panteras (menos você, bomba de 2019), Salt, Kate, A Mãe, Anjos da Noite... até Resident Evil é mais interessante do que estes filmes de super-heroínas "dessalinizadas" de hoje!
Com esforço, até o "progressista" mais extremista é capaz de pensar e raciocinar: ninguém é obrigado a defender filme ruim. Você não é obrigado a fingir que gostou de um filme ruim só por causa daquela mensagenzinha marota que massageia o seu ego. Se o filme é ruim e bombou, culpe quem fez. São eles que estão nadando na grana. São eles que não estão nem aí em produzir qualidade.
Um filme nunca vai mal em bilheteria por causa de boicote de machista, de fascista, de taxista. Filme vai mal por ser ruim. Por ser o tipo de filme que, no máximo, valeria passar na TV aberta; nunca no cinema, cobrando-se ingressos de 50 reais.
Agora, se a necessidade de promover filme ruim - desde que com "mensagem" - é muito grande, vai e compre mil ingressos do cinema e tire as produtoras milionárias da vergonha do fracasso. E não compre só na sua cidade, não! Cinema tem em todo lugar. É pela causa!
Falei pouco de AS MARVELS. Claro! Nem assisti.
Mas que parece ruim, parece.